terça-feira, 11 de março de 2014

1994 - O adeus a um ídolo

TÚNEL DO TEMPO - A trágica morte de Ayrton Senna
Maior ídolo brasileiro depois de Pelé, piloto sofreu gravíssimo acidente durante GP de Fórmula 1 e parou o país. Após Senna, lutador de MMA entra na galeria de ícones

Era maravilhoso acordar cedo todo domingo para ver ele dar show. Ainda mais na chuva, onde ele era soberano. Mas no dia 1 de maio de 1994 (dois meses antes de eu nascer), o domingo brasileiro ficou negro. De luto. O país perdia o seu maior ídolo desde Pelé, o piloto Ayrton Senna da Silva, tricampeão mundial de Fórmula 1. 

O paulista sofreu um gravíssimo acidente na curva Tamburello, na sexta volta do Grande Prêmio de Ímola, em San Marino. Um dia antes, o austríaco Roland Ratzenberger havia morrido em um grave acidente na curva Villeneuve, alguns metros depois. A batida de Senna foi tão forte que o carro ficou completamente destruído e voltou quase que praticamente para o meio da pista.

Eram momentos de tensão. Ele foi retirado de helicóptero, e a corrida interrompida por algum tempo. Depois, voltou tudo e Michael Schumacher, que se encontra em estado crítico atualmente após acidente de esqui, venceu a corrida no que seria o primeiro de seus sete títulos mundiais.

Plantões da Globo interrompiam a programação com boletins do estado de saúde do tricampeão. Léo Batista, com uma camisa preta dada pelo próprio Senna, apresentava do estúdio do Jornal Nacional e entrava em contato telefônico com o repórter Roberto Cabrini, hoje no SBT. E foi ele quem deu a trágica notícia, que não sai da memória dos brasileiros.

"Morreu Ayrton Senna da Silva, uma notícia que ninguém nunca gostaria de dar" - disse ele, durante a transmissão, no começo da tarde daquele fatídico dia. 

O país entrava em luto. A morte de Senna foi considerada tragédia nacional, e o governo decretou três dias de luto oficial. Em dia de rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol (Senna era torcedor fanático do Corinthians), todos os jogos tiveram um minuto de silêncio em homenagem ao piloto. As torcidas esqueceram a rivalidade e passaram boa parte dos jogos cantando o nome do tricampeão.

O corpo de Senna foi recebido com honras de chefe de estado. Durante o cortejo, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de São Paulo se despedir, até o velório e o enterro, no Cemitério do Morumbi.

Na Williams de Ayrton Senna, foi encontrada uma bandeira da Áustria, que seria empunhada em caso de vitória para homenagear Roland Ratzenberger, morto um dia antes. Um dia antes do austríaco e dois do brasileiro, Rubens Barrichello, piloto com maior número de aparições na F1 sofreu grave acidente, mas só fraturou o nariz.

1991 - O fim de uma potência

TÚNEL DO TEMPO: O fim da União Soviética
Maior rival dos Estados Unidos, primeiro estado comunista da história deixou de existir há 23 anos.

Parece que foi ontem, mas fazem 23 anos do fim do "Império do Mal", como diziam os norte-americanos. No dia 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbatchev, renunciava ao seu cargo e declarava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Deixava de existir o maior inimigo político dos Estados Unidos, e o país onde aconteceu o maior desastre nuclear da história. Foi em Chernobyl, na Ucrânia, que era república soviética ainda em 1986.

A repercussão foi grande no Brasil. O temido Plantão da Globo interrompeu o "sagrado" especial de fim de ano do Roberto Carlos para dar a notícia que chocaria o mundo e foi apresentado por Marcos Hummel, com participação do então repórter Pedro Bial.

Imagem histórica: bandeira da União Soviética é retirada do mastro do Kremlin pela última vez

Enquanto Bial discursava e falava sobre o acontecimento, foi mostrada uma imagem que entraria para a história. A bandeira vermelha com a foice e o martelo, sendo retirada do mastro do Kremlin pela última vez, imediatamente após o fim do discurso do ex-líder Mikhail Gorbatchev.

Pedro Bial entra ao vivo com Plantão da Globo para anunciar o fim da União Soviética (todos os direitos reservados: Rede Globo de Televisão)